Linha 2021 do Honda WR-V ganhou controle de tração e estabilidade
Foto: Honda/Divulgação
Fazer SUV em cima de carro de passeio é um filão que as montadoras exploraram (e exploram ainda mais hoje) para engordar receitas e vendas. Só que a Honda não acertou muito a mão com o WR-V. Mesmo assim, se o crossover foi um fracasso como 0 km, é ótima opção de carro para cidade como usado.
Ainda mais que ele usa a base e mecânica do Fit, carro queridinho do mercado até hoje. Veja agora 10 fatos que você precisa saber sobre o Honda WR-V.
O o crossover derivado do Fit apareceu pela primeira vez no Salão de São Paulo de 2016.
Foto: Jorge Lopes/EM/D.A Press
1 – Trajetória do Honda WR-V
O Honda WR-V apareceu pela primeira vez no Salão de São Paulo de 2016. O crossover derivado do Fit foi lançado comercialmente em março do ano seguinte com o mesmo conjunto mecânico do monovolume, motor 1.5 e sempre com câmbio automático do tipo CVT.
Em seu pouco tempo de vida, o Honda WR-V teve poucas mudanças. Na linha 2019, ganhou central multimídia e ar-condicionado automático, além de bancos revestidos em couro e rebatimento elétrico dos retrovisores na opção mais completa, EXL.
Em 2021, quando muitos já questionavam o futuro do WR-V, a Honda surpreendeu com uma leve reestilização do crossover compacto. De quebra, o modelo finalmente recebeu controles de estabilidade e tração de série. E ainda estreou uma versão de entrada, chamada LX.
Porém, foi o último sopro de vida do Honda WR-V. O carro deixou de ser produzido em 2022. Uma nova geração do modelo, baseada no asiático Elevade, já está em desenvolvimento no Brasil sobre a plataforma do novo City. A expectativa é que o modelo seja lançado entre 2025 e 2026.
Modelo tem 2,55m de distância entre-eixos
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2 – um modelo brasileirinho
Uma curiosidade é que esse Honda WR-V é um filho praticamente brasileiro da marca japonesa. O SUV foi o primeiro projeto liderado pelo time de Pesquisa e Desenvolvimento da montadora no Brasil, em Sumaré (SP), onde foi produzido.
3 – Desempenho do compacto
Estamos falando de um Honda, baseado no Fit e com câmbio automático CVT. Ou seja, não espere nada além de um desempenho confortável e eficiente. E isso a marca sabe fazer como poucas.
O Honda WR-V tem praticamente a mesma pegada do monovolume. As acelerações do motor 1.5 16V de 116cv (etanol) e 115cv (gasolina) são graduais e cadenciadas pela transmissão continuamente variável, com 0 a 100km/h em 12 segundos.
As acelerações do motor 1.5 16V são graduais e cadenciadas pela transmissão continuamente variável
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As retomadas requerem atenção, porque o CVT é raiz: segura bem os giros quando se pisa mais forte no acelerador, com aquele comportamento enceradeira. Além disso, o torque máximo de 15,3kgfm (e)/15,2kgfm (g) só aparece lá nas 4.600rpm.
De qualquer modo, a performance, no geral, é confortável, sem trancos e linear. Além de não te levar muito ao posto de combustível. Pelos padrões do Inmetro na tabela 2021 do PBEV, o Honda WR-V anota médias de consumo urbano de 8,1km/l com etanol e 11,7km/l, com gasolina. Na estrada, 8,8km/l e 12,4km/l, respectivamente.
Traseira do Honda WR-V denuncia a semelhança do modelo com o Fit
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4 – Vendas fracas
O carro foi uma decepção em vendas. No primeiro ano cheio de mercado, conseguiu obter menos emplacamentos que no ano “quebrado” da estreia. Nas últimas duas temporadas, o Honda WR-V ficou nas 10 mil unidades anuais. Ao longo de meia década, somou pouco mais de 63 mil emplacamentos no Brasil.
Licenciamentos do Honda WR-V:
2017: 15.353
2018: 14.797
2019: 12.160
2020: 10.600
2021: 10.329
5 - É um Fit alto…
Como dito, com o WR-V a Honda se valeu do mesmo recurso que a Ford usou para fazer do EcoSport o pioneiro e líder do segmento – e que depois foi seguido por diferentes marcas. Só que a marca japonesa pecou ao fazer um crossover muito parecido com o monovolume de origem.
As mudanças foram bem pontuais. Na frente, faróis e para-choques diferentes e capô elevado. Na traseira, nova tampa do porta-malas e jeitão de carro chinês da época. Nas laterais, as portas obviamente são idênticas às do Fit, mas a Honda não se deu nem ao trabalho de mudar os vincos ou dar uma bossa à coluna C.
Visto de traseira e, principalmente, de perfil, o Honda WR-V nada mais é que um Fit alto. O que, para muitos, sentenciou o SUV ao fracasso. Porém, o crossover tem dirigibilidade boa, graças à avançada plataforma Global Small Car e ao jogo de suspensão robusto – com elementos herdados do HR-V.
6 -… e é um Honda
Pois é, meu amigo. Aquele “H” na grade frontal tem uma força descomunal no mercado. Mesmo vendendo pouco quando 0 km, o Honda WR-V é um modelo com liquidez razoável no segmento de seminovos e usados. E goza de desvalorização baixa.
Plástico predomina no acabamento interno, mas versão de topo tem bancos revestidos em couro
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7 - Cabine bem aproveitada
Ainda na esteira de ser fruto do Fit, o Honda WR-V oferece aquela solução muito legal do espaço interno. O sistema Ultra (Utility Long Tall Refresh) Seat permite uma modularidade versátil dos bancos do SUV, com diferentes configurações.
No modo Utility, por exemplo, é possível rebater os encostos ao ponto de formar uma superfície plana com mais de 1.000 litros de capacidade. Tem também outro modo que transforma os dois bancos dianteiros em praticamente camas.
De qualquer modo, o Honda WR-V já se vale de um ambiente a bordo interessante. Com 2,55 metros de distância entre-eixos, acomoda bem quatro adultos e uma criança, enquanto o motorista tem posição elevada de dirigir e bancos que seguram o corpo de forma confortável. O porta-malas recebe até 363 litros.
Banco traseiro comporta dois adultos e uma criança
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8 - Nossa dica de melhor versão
Vamos de Honda WR-V EXL 2021. A versão mais completa tem preços entre R$ 80 mil e R$ 90 mil nos principais sites de compra e venda de veículos. Essa leva do crossover ainda pode estar na garantia e já tem controles de estabilidade e tração, além de seis airbags, assistente de subida em rampas, câmera de ré, DRL e Isofix.
O sistema multimídia reúne tela de sete polegadas, GPS, CD Player, tomada USB e espelhamento de celular. No conforto, o Honda WR-V EXL também traz ar-condicionado automático, retrovisores rebatíveis eletricamente, revestimento em couro, trio elétrico, ajustes de altura e distância do volante e controle de cruzeiro.
Assim como a maioria dos modelos Honda, o WR-V tem aquela aura de carro inquebrável. De qualquer forma, as revisões com preço fixo na rede de concessionárias são caras, mas as peças de reposição têm custo “satisfatório”. Confira:
Revisões do Honda WR-V:
40.000 km: R$ 2.639,86
50.000 km: R$ 748,20
60.000 km: R$ 1.374,37
Preços de peças do Honda WR-V:
Jogo com quatro pastilhas do freio dianteiro: de R$ 210 a R$ 280
Jogo com quatro velas de ignição: de R$ 60 a R$ 100
Bomba de combustível: de R$ 300 a R$ 390
Kit troca de óleo (4 litros 0w20 + filtro): de R$ 250 a R$ 380
Amortecedor traseiro: de R$ 450 a R$ 650 (par)
Para-choque traseiro: de R$ 600 a R$ 850
Farol direito: de R$ 470 a R$ 660
Porta-malas tem volume de 363 litros, mas pode ter capacidade ampliada com o rebatimento do banco traseiro
Foto: Jorge Lopes/EM/D.A Press
10 - Principais problemas do Honda WR-V
O Honda WR-V tem até poucas reclamações recorrentes. Elas dizem mais respeito a folgas nas válvulas e panes elétricas, além de problemas na central multimídia. Fique atento também a ruídos estranhos na suspensão dianteira e confira se a troca do fluido do câmbio CVT foi feita dentro do prazo de 40 mil quilômetros.
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